Após minha decepção devastadora com o filme Vingadores: Ultimato, não consigo mais ir ao cinema para assistir filmes de super-heróis sem estar com os “dois pés atrás”. Foi assim com Mulher Maravilha 1984, e mesmo que eu tentasse me divertir – e realmente me esforcei para isso – achei lamentável o como conseguiram deixar este tão inferior ao seu primogênito.
Qual é a história de Mulher Maravilha 1984?
Passado em 1984, acompanhamos Diana em sua vida cotidiana, ainda como uma heroína desconhecida do público. Após combater um assalto em uma loja de joias em um shopping, artefatos raros vão parar no museu onde ela trabalha, para serem inspecionados. Um dos artefatos encontrados, porém é uma pedra misteriosa, com o poder de realizar os seus desejos mais profundos.
Um filme cotidiano, que poderia se passar em qualquer ano.
Sinceramente? O filme não precisava se passar em 1984, não existe nada ali que prenda o filme a essa década, nem mesmo a cena com referência a guerra fria. Na verdade, ele poderia ter se passado em 2020, se quisesse. Após Guardiões da Galáxia e Stranger Things, os anos 80 viraram um clichê. O que era nostálgico e mágico, ficou entediante de tão utilizado, ultimamente.
O filme parece cotidiano demais. Depois de assistir ao excelente filme introdutório da heroína, é uma pena tremenda que tenham feito uma história tão ingênua, e em alguns momentos sem graça, como este. Eu tentei ver com bons olhos, contudo o meu lado crítico não permitiu.
Até pensei que havia mudado a diretora, mas não.
Efeitos fracos e piadas sem graça.
Todas as piadas do filme são sem graça. Não me recordo de ter rido uma vez sequer. Para não ser cem por cento injusta, considerei a experiência como assistir a um filme na sessão da tarde, nada muito excepcional, mas que também não é de todo ruim. O único problema, é que quanto mais me lembro do filme, mais ele cai em meu conceito.
Tem um vlog que gravei no dia em que assisti ao filme, e nele eu digo que o filme é bom, que vale a pena assistir, mas deixo claro que é inferior ao primeiro. O problema, é que se eu tivesse esperado alguns dias para gravar, provavelmente essa minha fala teria sido bem diferente.
Confira abaixo:
Os efeitos especiais do filme são fracos. Uma prova disso, são todos os momentos em que a Mulher Maravilha precisa “pousar”. Todos os pousos são tão mal feitos, que atualmente isso não é mais perdoável. Nos anos 2000 seriam facilmente deixados de lado, mas não hoje, após tanto avanço.
Sem contar alguns erros, como o momento em que Diana e Steve estão no jato. Se você observar pela janela, enquanto eles conversam, o céu está, literalmente, parado. Ou quando ela enlaça um avião e logo em seguida a corda está em sua cintura, e em seguida ela aprende a voar numa cena digna dos primeiros filmes do Superman.
Mesmo a cena do deserto – que ainda no trailer você pode conferir – não é nada, perto das cenas magníficas do filme anterior. Só a cena completa das trincheiras no primeiro filme, é capaz de acabar com o segundo filme facilmente.
Um filme “assistível”, mas sem magia ou brilho.
No primeiro filme, podemos acompanhar nossa querida Diana em uma jornada para o autoconhecimento, além de lutar contra o deus da guerra. A história chega a ser mágica. Tem uma certa beleza nele, que o posterior não conseguiu reproduzir.
Neste, tudo parece cotidiano e normal demais. Além de um pouco forçado, já que tudo acontece ao acaso.
Ao acaso, Diana salva um assalto, onde um dos itens roubados era uma pedra mágica. Ao acaso, a tal pedra vai parar no museu em que ela trabalha. Ao acaso, ela faz um desejo. Ao acaso… E por aí vai.
Um vilão simples que salva a narrativa.
Não, o vilão não é um deus – ao menos não diretamente – , mas ele é o suficiente para salvar a história. Maxwell Lord foi a única coisa que me deixou presa ao filme até o final. Suas escolhas, que para mim, foram muito espertas, apesar de sem um propósito definido, começam a causar um estrago tremendo.
Mesmo que nenhuma de suas ações tenham tido consequência, como se o roteirista tivesse esquecido completamente de todo o caos.
Já a Mulher Leopardo, é um clichê quanto ao seu problema pessoal. Uma mulher “invisível”, que quer ser tão bela, segura e “descolada”, quanto Diana. Ela assim o deseja, mas se surpreende ao ganhar, não só uma postura segura, mas também poderes.
A vilã ficou boa e é agradável em tela, mas você não sente medo ou receio pela Diana, em momento algum. Ao menos, eu não senti. É quase como se a Mulher Leopardo só estivesse ali de enfeite.
Uma armadura sem propósito.
Até agora estou me perguntando, qual o motivo da Diana usar aquela armadura! Ela enfrentou um deus no filme anterior, sem problemas com a roupa. O mesmo ocorreu em Batman VS Superman, onde ela enfrentou o Apocalipse, fora o filme da Liga da Justiça, e nesse filme ela decidiu vestir uma armadura, para quê? Enfrentar a Mulher Leopardo? Sério?
No fim das contas, a armadura só serviu como desculpa para trocar de roupa, e também para fazer uma homenagem na cena pós-créditos. Apenas para isso.
E por fim…
O filme é facilmente esquecível. Confesso que chorei em duas cenas específicas, pois a emoção falou mais forte, porém, nem os seus momentos de drama, são o suficiente para salvar um filme que tinha tudo para ser tão bom ou melhor que o primeiro.
Contudo, este não foi o caso.
Se você quer se divertir sem compromisso para pensar muito nas escolhas e consequências dos personagens, assista. Caso contrário, não estará perdendo muita coisa.
Um grande abraço 😘
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