Esses dias estive pensando, “por que escolhi escrever romances?”. O fato é que foi o romance que me escolheu e não o contrário. Confuso? Vou explicar!
Desde criança amo assistir a filmes de romance, comédia romântica, musicais e tudo que venha relacionado de alguma forma ao amor entre casais. No caso da literatura, fui descobrindo meu gosto aos poucos, pois mesmo que sempre tenha gostado de ler, demorei alguns anos para entender o que realmente queria ler.
E foi graças a um trabalho da aula de inglês que descobri.
Nossa professora pediu um trabalho sobre o filme Orgulho e Preconceito. Confesso que torci o nariz assim que ouvi o nome. Aos 15 anos eu nunca tinha ouvido falar de Jane Austen. Talvez isso seja um choque para algumas pessoas, mas é a verdade. Enfim, aluguei ao filme (sim, sou da época das locadoras de DVDs e VHS – Socorro! Quando foi que o tempo passou?) e assisti junto com a minha mãe. Para ambas, foi amor à primeira vista. E este amor aumentou ainda mais depois que descobri que tinha o livro.
Ganhei o livro em um amigo secreto no natal e a partir daí minha jornada literária ao romance teve início.
Mas, afinal, como foi que o romance me escolheu?
Bom, depois de conhecer o romance de Jane Austen, fui em busca de outros livros que pudessem me agradar, até que descobri o gênero chick-lit e foi então que tudo desencadeou em uma enorme estante cheia de livros. Meu primeiro contato com o chick-lit foi com as histórias divertidas da Sophie Kinsella. Li tanto livros da autora, um atrás do outro, que quando finalmente terminei os já lançados até aquele ano, me senti em abstinência.
Pulando alguns anos à frente, já casada, meu marido vivia me dizendo que eu deveria escrever. Eu achava bobagem, pois mesmo que eu quisesse contar histórias, não era exatamente dessa forma que eu queria (era em formato de filmes, roteiros, direção, mas isso é uma outra longa história), então não fazia nada. Porém, numa noite entediante e sem sono, após passar anos lendo vários chick-lits de várias autoras diferentes, resolvi escrever minha própria história, apenas por diversão.
E essa diversão se tornou meu primeiro livro, Três Dias Com Você.
Nunca achei que lançaria um romance ou que escreveria por mera diversão, mas, parando neste instante para refletir, posso dizer que não escolhi ser autora de romances, foi o romance que me escolheu.
Passar a vida assistindo filmes divertidos de comédia romântica também foi uma inspiração à mais. Além disso, sempre tive mania de criar trailers de filmes enquanto ouvia música. Antigamente era muito comum ter músicas de cantores famosos em trailers dos próximos lançamentos e, por causa disso, eu tinha mania de inventar minhas próprias histórias de amor, ação, suspense (comigo sendo a protagonista, é claro) ao mesmo tempo em que me deliciava com minhas músicas favoritas.
Apesar de Três Dias Com Você ter sido escrito de repente, a ideia inicial já havia sido concebida sempre que ouvia Last Night On Earth do U2. Durante a melodia, eu não imaginava um trailer, mas um trecho específico de um romance incompleto. Este trecho não entrou no livro, mas o problema principal (uma jovem que leva um namorado de mentira para conhecer os pais) e a ambientação acabaram fazendo parte do livro.
Depois disso, peguei gosto pela escrita. Percebi o quanto me sentia bem criando romances, mocinhas incríveis das quais eu adoraria ser amiga, mocinhos de arrancar suspiros e situações malucas onde minhas protagonistas se metem. Por mero acaso, descobri minha paixão. E este tipo de coisa não acontece com frequência. Fico feliz que tenha acontecido comigo, pois naquele momento, pude me agarrar a essa nova ideia e sair da fase difícil em que me encontrava podendo recomeçar.
O romance não só me escolheu como me ajudou a me descobrir. Por isso, enquanto eu tiver histórias para contar, elas com certeza serão compartilhadas.
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